E o docinho da vez é o beijinho! Você sabe por que ele recebe esse nome? Ou onde ele surgiu?


Se a gente for parar para questionar cada detalhe e origem de tudo que comemos, poderíamos escrever um livro riquíssimo. Culturas, tradições e fatos históricos que deram origem ou modificaram pratos que conhecemos.

E, como de costume, hoje vamos contar para vocês a história do beijinho. Sim, aquele docinho de coco, super tradicional ao lado do brigadeiro nas festinhas infantis por aqui.

Tá, mas eu tenho uma notícia: o beijinho não é um doce brasileiro. Pois é, sua origem é europeia, mais precisamente em Portugal. O parceiro do brigadeiro nasceu num convento português e recebeu o nome de Beijo de Freira e, originalmente era feito com amêndoas e calda de água com açúcar.

Mas porque beijo de freira, um nome tão apelativo, se tinha sido feito por freiras num convento? A explicação é simples: estes nomes denunciavam a falta de vocação religiosa de uma boa parte das irmãs. Mas então, porque elas continuavam na clausura? Na verdade, muitas delas foram enclausuradas pelos pais ou pelos maridos por mau comportamento; outras por serem secundogênitas (segunda filha) e consequentemente terem um dote menor, dificultando encontrarem um bom marido. (Existiam freiras boas e devotas também, que produziam doces tais como papo de anjo).

Como Portugal e o Brasil sempre tiveram uma relação muito próxima e muito de seus conhecimentos, culturas e pratos se misturam. Por volta do século XVII, ao chegar ao nordeste, a receita teve uma modificação: as amêndoas foram trocadas por coco ralado e a calda de água com açúcar substituída por calda de leite com açúcar, passando a receber o nome de beijo de coco.

Na segunda metade do século XX, quando o leite condensado, criado por Henri Nestlé, se torna um ingrediente de fácil acesso e muito utilizado na cozinha brasileira, a calda de leite e açúcar passa a ser substituída por ele – que dá mais cremosidade –  um cravo da índia passou a fazer parte do docinho. Nessa época o doce passa a receber seu nome tradicional – beijinho.

Hoje ele não pode faltar nas mesas de doces de festas de aniversários – tanto infantis como adultas – em diversos formatos: a tradicional bolinha, como doce de colher ou até mesmo como recheio de bolos e pães (dependendo da cremosidade que você o fizer).

Fonte: maisonbistrot.blogspot.com.br