Conheça a história do docinho de origem portuguesa, que faz sucesso em festas infantis

Nos conventos portugueses, era comum as freiras ocuparem o tempo criando docinhos. Alguns eram cheios de mensagens sacras, como os papos de anjos, outros, profanas, caso dos beijinhos. Pois a tradição, vinda lá de Portugal, chegou à Casa Grande, nos engenhos do Nordeste, e se adaptou aos ingredientes locais pelas mãos das sinhás.

Junto com a ocupação do País, essas receitas se espalharam por todo o Brasil. No final do século XIX, ao mesmo tempo em que as senhoras do lar davam o ponto do doce e passavam seus segredinhos de mãe para filha, as escravas alforriadas vendiam seus quitutes de tabuleiro nas ruas.

Foi justo neste momento que chegou ao Brasil o leite condensado, criado pelo suíço Henri Nestlé. A novidade foi um bálsamo para essas mulheres confeiteiras, pois dava mais cremosidade às receitas e propiciava a economia de ovos. Querem saber uma curiosidade bonitinha? Como a latinha que trazia a quituteira estampada era importada e as pessoas tinham dificuldade de solicitar o nome do produto na língua estrangeira, era comum que o pedissem no mercado como “o leite da moça”. Assim, o apelido carinhoso virou marca.

Mas chega de prosa. Por conta da facilidade de preparar gostosuras com leite condensado, o beijinho doce de inspiração portuguesa ganhou ares tropicais, com o coco ralado, e entrou de vez para o cardápio de sobremesas nacional. Tanto que até a primeira metade do século XX, era hábito das donas de casa se presentearem com doces ou bolos, sempre bem decorados e embalados em papel colorido.

São esses mesmos mimos que encantam até hoje os aniversários infantis, diversificados em cajuzinhos, bichos-de-pé etc, e fazem crescer os olhos de adultos. Para nós, da Pantucci, docinhos gostosos são o maior presente das festinhas de criança.

Fonte: http://comida.ig.com.br/