Este bolo, bem português, é daqueles que merecem que se lhe escreva a rota pois encontramo-lo por todo o país, com mais incidência no norte.
Será seguramente uma doce viagem, percorrendo Portugal à procura dos seus pães-de-ló. É tão específico em algumas localidades, que até ganharam a sua designação de origem, como também é um bolo partilhado em receitas de família pois, sempre que havia festa, a sua presença era obrigatória.
A primeira receita que se assemelha ao Pão-de-ló atual consta no livro “Cozinheiro Moderno ou a Nova Arte de Cozinha”, de Lucas Rigaud, 1780, a que chama de Pão-de-ló ou Bolo de Sabóia. Segundo Lucas Rigaud, juntam-se vinte gemas com, metade do peso dos vinte ovos, de açúcar e batem-se muito bem. Seguidamente juntam-se as vinte claras batidas em castelo e só depois se junta metade do peso, do açúcar, de farinha. Quando bate as gemas com o açúcar, junta-se também raspa da casca de um limão e flor de laranjeira de conserva. Sugere servir simples ou também com uma cobertura feita com açúcar fino, clara de ovo e sumo de limão.
Esta cobertura nos dá uma pista para outros bolos derivados do pão-de-ló. Importa mesmo é saber que o Pão-de-ló é um bolo fofo confeccionado com ovos, e açúcar em dose mais generosa do que farinha. Depois encontramos três tipos genéricos deste bolo: seco, cremoso na zona central, e molhado ou servido com cobertura. O que diferencia as variedades de pão-de-ló é a composição dos produtos da receita, a forma de os misturar, o tempo e gestos de batedura, e ainda a temperatura de cozimento. Por isso, Portugal é um país a descobrir pelos seus doces e encantos!