Uma influência europeia, com certeza, mas qual?

Apesar dos nomes curiosos, estamos falando das famosas rabanadas! Fatias grossas de pão amanhecido (ou pão de rabanada, chamado Pão Bengala, mais seco e com bastante miolo), mergulhadas no leite e leite condensado, passadas em ovos batidos, fritas em óleo e servidas com canela e açúcar polvilhados. Algumas versões mais requintadas servem com vinho do Porto, frutas vermelhas ou creme inglês.

O nome “fatia de parida” para a rabanada  surgiu de uma história que conta que esse doce aumentava a produção do leite materno durante a gravidez! Já imaginou que maravilha?

A Rabanada era assim chamada por causa de uma lenda: Uma mulher pobre, sem ter quase nada para comer, precisava alimentar seu filho recém nascido. Seu único alimento eram restos de pão dormido molhados com leite adocicado. A mulher teve tanto leite que amamentou seu filho e ainda sobrou pra amamentar outras crianças também! Dessa forma, a rabanada acabou virando símbolo de prosperidade e fartura, sendo servida nas festas de fim de ano.

E você sabe de onde veio essa gostosura? Quem teve tal ideia maravilhosa de pegar pão amanhecido e transformá-la em uma deliciosa sobremesa obrigatória no Natal?

Diz-se que foi criada para reaproveitar o pão amanhecido, alimento sagrado por representar o corpo de cristo para os católicos. Sua origem sempre leva à Portugal, mas em todo o mundo é possível encontrar variações da rabanada, como o “Eggy Bread” na Inglaterra, o “French Toast” nos EUA, e o “Pain Perdu” na França. Isso mostra que é muito mais provável existir uma forte influência francesa na origem da rabanada do que uma influência portuguesa.

Claro que os portugueses trouxeram a receita para o Brasil que, rapidamente, se espalhou e tomou conta do Natal. E, mesmo tendo perdido espaço para o panetone por exemplo, ainda hoje a rabanada é muito famosa em diversos estados, sendo o Nordeste o maior consumidor.

 

 

Fonte: anamariabraga.globo.com