Origem do doce Camafeu é curiosa.
Sua inspiração veio de um objeto decorativo muito usado por pessoas nobres entre os séculos XV e XIX, semelhante a um broche feito com pedras preciosas, que adornava as roupas das damas e cavalheiros daquela época.
Quando o assunto é doce, o doce camafeu originou-se tendo como objetivo a inovação nas sobremesas das pessoas nobres do século XV e XIV. O nome vem do latim cammaeus, que significa pedra esculpida – semelhante ao adorno dos nobres. Já no século XVIII, o imperador francês Napoleão I era fascinado pelos camafeus e inaugurou uma escola em Paris para ensinar os jovens a produzir seu doce predileto.
Origem do Camafeu: Europa e a escola de gastronomia
Os jovens estudavam toda a história do doce e o modo de preparo para apresentar ao imperador. Para os portugueses as receitas tradicionais de doce finos surgiram por meio das famílias portuguesas ou filhos de charqueadores que viajavam pela Europa. Como os ingredientes eram muitos caros e difíceis de serem encontrados, então eram servidos somente em festas de alta classe, tornando assim especiarias. Os portugueses acreditavam que o doce remetia à riqueza e prosperidade e por conta deste motivo entrou para categoria de doces finos para engrandecer os reis que realizavam diversas festas. Na ilha Terceira, os portugueses criaram o doce que remete às joias de roupas e usado como colar femininos, então o doce é pequeno para serem lembrados das joias.
Origem do Camafeu: Brasil
Os Brasileiros conheceram os doces portugueses por volta do século XIX, na década de 1860, na cidade de Pelotas, no Estado do Rio Grande do Sul. Os europeus transportavam diversos produtos, objetos, especiarias e receitas tradicionais de doces. Na cidade, ocorria os saraus que eram uma espécie de teatro onde os doces eram servidos nos intervalos das apresentações. O açúcar utilizado nas mais variadas sobremesas: como os camafeus, bem-casados, fios-de-ovos, papos-de-anjo, ninhos e os pastéis de Santa Clara.
Nesse período, quem fabricava os doces com muito açúcar eram as escravas, que depois de um tempo passaram a diminuir a quantidade de açúcar na produção sendo assim um diferencial que agradou muito ao paladar dos consumidores. Já com o fim da escravidão, a partir da década de 1920, as doceiras começaram a comercializar os doces e virando assim uma enorme tradição. O Rio Grande do Sul trocava charque por açúcar com o nordeste brasileiro para que as sinhás executassem as refinadas receitas de amanteigados, camafeus, ninhos, fatias de Braga, bem-casados, olhos de sogra, pastéis de Santa Clara e quindins doces encontrados em bandejas de sobremesas.
Fonte: famesp.com.br e