Difícil é encontrar um morador do sul que não conheça a bergamota, fruta cítrica de casca fina e cor alaranjada, muito consumida na companhia de um bom chimarrão – e melhor ainda se for em dias ensolarados de inverno.
Mas, se aqui temos a nossa bergamota, as regiões Sudeste e Centro-Oeste têm a mexerica, cidades do Paraná têm a mimosa e a cidade de Santa Rita, na Paraíba, tem a tangerina-cravo. Mas todas são tangerina, certo?
Segundo o engenheiro agrônomo Derli Paulo Bonine, a resposta é relativa. Ele explica que, aqui no Brasil, a denominação “tangerina” se refere a um grupo de frutas cítricas com características semelhantes. Fazem parte desse grupo a ponkan (fácil de descascar e com gomos que se separam facilmente), as comuns (e aí entram a bergamota ou a mexerica – neste caso, a diferença é apenas na nomenclatura) e as satsumas (de origem japonesa, não têm semente, acidez e não produzem cheiro). Há, ainda, as tangerinas híbridas, do grupo da murcote – nome aportuguesado de Murcott. Esse tipo é derivado de um cruzamento entre tangerina e laranja, com casca bem colada aos gomos, difíceis de separar.
Boas para a imunidade
Independente do nome, as tangerinas são ricas em nutrientes e antioxidantes e benéficas para a saúde. Apesar de serem alimentos diferentes, são muito semelhantes em seus valores nutricionais. A principal vitamina encontrada nas tangerinas é a C, que ajuda a prevenir o envelhecimento precoce a aumentar a imunidade, prevenindo resfriados e outras doenças.
Segundo a nutricionista Lívia Nogueira, a quantidade de vitamina C pode variar entre as frutas, estando mais concentrada na murcote, fruta muito utilizada no preparo de sucos por apresentar sabor mais adocicado.
Vitaminas como a A, que aumenta a resistência à infecções e é responsável pela saúde dos olhos e da pele, e as do complexo B, que fortalecem os nervos, também estão concentradas nesses alimentos. Fibras e potássio, mineral responsável pelo bom funcionamento cardíaco e pela transmissão de impulsos nervosos, também estão presentes nas tangerinas.
– É importante dar preferência à fruta natural, pois assim as fibras irão auxiliar na absorção de glicose e no trânsito intestinal. Quando ingerido por meio de sucos, o alimento acaba perdendo vitaminas e minerais, principalmente se não for conservado adequadamente – recomenda a nutricionista Danielle Matté.
A especialista alerta que pessoas com diabetes devem ter cuidado quanto ao consumo de tangerina, pois a quantidade de frutose pode contribuir com o aumento de açúcar no sangue. A orientação é que a ingestão diária não ultrapasse duas unidades.
Todos os tipos de tangerina devem ser conservados em locais frescos e arejados, em temperatura ambiente. Quando maduras, as frutas conservam-se por até cinco dias. A geladeira não interfere na durabilidade delas. Vale lembrar que na hora da compra deve-se evitar as que estão expostas ao sol, pois isso pode diminuir a concentração de vitamina C.
Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br