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Império Romano

Antes de sua disseminação pelo Império, o óleo de oliva foi o principal responsável por uma derrota histórica dos romanos. Dizem que, graças ao azeite, Aníbal, general de Cartago, venceu a batalha do rio Trébia, em 218 a.C. Era um inverno rigoroso, quando o cartaginês ordenou que sua tropa aplicasse azeite sobre o corpo para resistir ao frio. Assim, cavaleiros foram enviados ao acampamento romano como forma de provocação. Ao atravessarem o rio, sem o “segredo” de Aníbal, os romanos chegaram fragilizados e foram derrotados.

Apesar desse episódio, a olivicultura se desenvolveu no Império Romano tornando- se um de seus principais comércios. Expandiu-se para suas colônias do norte da África, península Ibérica e sul da França. Nesse período, aperfeiçoou-se a tecnologia e foram escritas grandes obras de agronomia, tudo em prol do cultivo. O mercado do óleo também possuía uma organização impecável e os únicos habilitados a negociar eram os “negotiatores olearii” e o comércio realizado na “arcam olearia”, onde o azeite era classificado em cinco variedades, sendo o produto extraído de azeitonas ainda verdes o de maior qualidade.

Invasões Bárbaras

No final do século IV, as invasões bárbaras devastam cidades e campos. Instalando-se em novas regiões, os bárbaros, muitas vezes, modificavam o uso da terra. Nestes períodos de guerras, a agricultura foi deixada de lado e também as oliveiras, que morriam ou voltavam a ser selvagens. No século V, os poucos olivais que restaram eram cultivados em pequena escala, o que fez do azeite um produto escasso, usado como moeda de troca. Nessa época, os monastérios começaram a recuperar seus enormes terrenos e a cultivar as azeitonas, com o óleo destinado, principalmente, à liturgia e combustível para as lamparinas.

Expansão Árabe

Com a invasão da península Ibérica e a chegada à França; a ocupação no século IX, das ilhas Baleares, Córsega, Sardenha e Sicília, chegando ao Sul da Itália, os conhecimentos de cultura agrícola do mundo árabe foram difundidos: técnicas de enxerto, poda, irrigação e prensagem. Sob domínio mouro, a Espanha se tornou grande produtora de azeite, assim como os países do norte da África e Oriente Médio. Com a tomada de Constantinopla pelos otomanos, o óleo ganha extrema importância para o comércio entre o Mediterrâneo e os mares do Norte. É, então, utilizado para conservação de outros produtos, nas lamparinas e para produzir sabão.

Peste

No século XIV, a população européia foi dizimada pelas epidemias de peste. Além disso, o continente passou por alterações climáticas que causaram mudanças na agricultura.

Por isso, a olivicultura se concentrou na região Mediterrânea, com clima mais propício. Oliveiras se espalharam pela Itália, com grande auxílio da família Médici, que cedeu terras para o governo, na Toscana, com intuito de transformá-las em olivais ou vinhedos. Nos séculos seguintes, o cultivo foi evoluindo e se difundindo. Assim, foi levado pelos espanhóis para as Índias Orientais e, mais tarde, para a América.

O cultivo foi introduzido nos Estados Unidos nos tempos coloniais pelos jesuítas e chegou ao México no século XVII. O azeite passou por diversos estudos, adaptações, novas técnicas de poda, prensagem, mecanização da colheita etc, melhorando assim sua qualidade e alcançando o status que possui hoje.

Fonte: revistaadega.uol.com.br/