Cientistas fazem testes com a cafeína para entender suas consequências no corpo humano. Veja algumas descobertas recentes:
Os efeitos do café
A cafeína é uma bebida muito usada para aumentar o desempenho. O estimulante de sabor amargo acelera o sistema nervoso central, o que faz a pessoa se sentir acordada, alerta e com mais energia. Mas os efeitos do café no organismo não param por aí. Enquanto você lê essa matéria, cientistas fazem testes com a cafeína para entender suas consequências no corpo humano. Veja algumas descobertas recentes a seguir.
Faz bem para a memória
Uma pesquisa de cientistas da Universidade Johns Hopkins concluiu que duas xícaras de café podem fazer muito bem para a memória. O estudo testou a memória de 160 voluntários durante 24 horas. O grupo incluiu pessoas que não bebiam café regularmente. Durante o experimento, os cientistas observaram que quem tomou comprimidos de cafeína teve um desempenho melhor nos testes de memória do que as que ingeriram placebos. Michael Yassa, líder do estudo, concluiu que a cafeína faz bem para a memória de longo prazo ao melhorar o processo de consolidação da memória. Mas também ficou comprovado que a cafeína não ajuda a recuperar a memória. Apesar dos resultados promissores, Yassa alerta que as pessoas não devem beber muito café ou tomar comprimidos de cafeína. É preciso ingerir a bebida com moderação e sem se esquecer dos riscos para a saúde. O excesso de cafeína tem efeitos colaterais, como insônia, nervosismo e alteração do ritmo cardíaco.
Pode salvar vidas de motoristas
Um estudo publicado no British Medical Journal descobriu que motoristas que consomem café têm 63% menos chances de se envolver em acidentes. Os cientistas acompanharam 1.047 motoristas. Cada participante deveria dirigir um caminhão com pelo menos 10 toneladas e percorrer pelo menos 200 km. De todos os motoristas, 530 já tinham se envolvido em acidentes automobilísticos enquanto trabalhavam nos 12 meses anteriores ao começo do estudo. Os cientistas também consideraram o peso dos motoristas, a rotina de trabalho, de exercícios e de sono, o consumo de álcool e as distâncias percorridas. Os resultados mostraram que os motoristas que consumiram substâncias com cafeína tinham uma probabilidade 63% menor de dormir ao volante em comparação com os motoristas que não tomam cafeína. Ou seja, o consumo de cafeína pode manter o motorista acordado pode protegê-lo do sono e salvar sua vida. Porém, os cientistas destacam que o efeito estimulante da cafeína não é duradouro e que não deve ser considerada uma substituta ao sono.
Reduz risco de suicídio
Uma pesquisa associou o consumo do café com a redução de cerca de 50% do risco de suicídio em homens e mulheres. Os cientistas envolvidos no projeto são da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos EUA. Foram analisados dados de três grandes pesquisas feitas nos Estados Unidos entre 1988 e 2008. Entre os mais de 200 mil participantes estavam consumidores de bebidas com e sem cafeína. As informações revelaram que as chances de suicídio caem pela metade entre adultos que consomem entre duas e quatro xícaras de café diariamente. Isso acontece porque o café estimula o sistema nervoso central e age como um antidepressivo ao aumentar a produção de neurotransmissores no cérebro, como serotonina, dopamina e noradrenalina. Os pesquisadores acreditam que isso explica as menores taxas de depressão encontradas entre apreciadores do café em estudos anteriores. Apesar de diminuir o risco de suicídio, os cientistas recomendam que adultos deprimidos não tomem mais café, porque quando o consumo da substância é maior do que o habitual pode causar efeitos colaterais.