De onde surgiu a ceia de Natal brasileira?
No dia 25 de dezembro, os cristãos de todo o mundo comemoram o nascimento de Jesus Cristo. O Natal é sinônimo de muitas tradições e família reunida para a ceia. A alimentação é um dos grandes atrativos da festa, que, apesar de ter origem religiosa, também pode ser compreendida como um momento de confraternização entre familiares e amigos.
Os preparativos precisam começar antes, no dia 24 de dezembro, para que todos os pratos tradicionais da época estejam prontos até o horário do jantar.
Mas qual a origem das tradições alimentares que compõem o Natal dos brasileiros? Os países que colonizaram o Brasil introduziram grande parte dos alimentos que consumimos nessa época. De acordo com a nutricionista, Gisele Pontaroli Raymundo, os portugueses exerceram grande influência sobre a nossa ceia. “Rabanadas, castanhas, assados de suínos, cabrito e frango são algumas das heranças de Portugal que estão presentes na nossa mesa até hoje”, explica.
Prato principal da noite natalina, o peru veio para o Brasil por meio da cultura dos americanos, que, por sua vez, foi influenciada pela cultura dos ingleses. “No século XIX, os britânicos substituíram o cisne pelo peru como ave de Natal, o que provocou sua popularização e a posterior introdução como prato principal na ceia tanto na Europa como nas Américas, incluindo aí o Brasil”, analisa Gisele.
Panetone também não pode faltar. “Há várias lendas sobre seu aparecimento, mas nenhuma teoria é confirmada. O certo é que seu sabor está diretamente ligado ao Natal. No Brasil, ele foi popularizado depois da Segunda Guerra Mundial pelas mãos dos italianos e também devido ao senhor Carlos Bauducco, que começou a comercializar o pão doce recheado com frutas cristalizadas na confeitaria de sua propriedade, em SP”, revela Gisele. Da Europa, também agregamos as frutas secas e as oleaginosas.
“A miscigenação com as gerações deixadas pelos nossos colonizadores é imensa. Do peru assado com farofa à rabanada, passando pelo panetone, pelas frutas secas, pelas castanhas e pelas nozes. Tudo nos mostra que a influência italiana, portuguesa e de outros países europeus é muito grande. E nós conseguimos misturar tudo isso com nossos alimentos típicos”, conclui a nutricionista.