E o vento levou o Vol-au-vent, uma massa folheada levíssima. Você conhece?
Talvez num primeiro momento o nome não lembre o salgado, mas quando ver um vol-au-vent com certeza não vai resistir. Para muitos era o terror das festas infantis. O seu nome, em uma tradução livre, quer dizer “leve como o vento”.
Eram recheados com creme de camarões ou um picadinho, e servidos como uma entrada ou como parte de um coquetel. Até aí tudo bem.
O recheio em geral era muito bem temperado, com muita manteiga e creme de leite. E, se na época um garçom tivesse que explicar do que se tratava diria que a carne ou o camarão eram “puxados na manteiga”! Eu adoro essa expressão que não quer dizer nada e explica muito bem como é o preparo dos pratos.
Mas, vol-au-vents são mais do que isso.
O livro Cozinheiro Universal, de 1901, ainda não fala deles. Fora do Brasil, a história é um pouco diferente. Em 1845, o livro Modern cookery for private families (Cozinha moderna para a família) já tem uma receita.
Esse foi o primeiro livro de cozinha a ser organizado para as famílias de classe média, um grupo que emergiu com a industrialização e expansão colonial da Inglaterra. A sua autora, Eliza Acton, era uma poetisa, embora esse tenha sido o livro que a tornou muito conhecida com sucessivas edições.
Os vol-au-vents foram durante muito tempo servidos em restaurantes com toalhas brancas engomadas nas mesas e talheres de prata.
A leveza da massa folheada, preparada com muita manteiga, indicava também a riqueza de quem os comia. Afinal, a manteiga era cara, o creme de leite um luxo e os camarões, nem se fala.
Fonte: cozinhadamarcia.uol.com.br