Pão de Ló, esse bolo tão gostoso e fofo, é um dos bolos mais tradicionais de Portugal, e como a maioria da doçaria portuguesa tem origem nos conventos.
Diz a tradição que a receita de Pão de Ló pertencia às freiras do Convento de Coz que ensinaram as técnicas do seu preparo a uma família de Alfeizerão.
Dizem também que embora a origem do nome seja portuguesa, suas raízes são espanholas descendentes de um biscoito similar ao pão de ló que era preparado nos mosteiros e conventos de Castela na Espanha.
O pão de ló estava sempre presente nas mesas dos padres mais abastados, ele era indicado para as dietas de convalescentes, como também era enviado como presente e conforto a famílias enlutadas. Também era oferecido aos condenados à morte junto com um copo de vinho, quando subiam à força.
O pão de ló foi introduzido no Japão, como Pão de Castela onde ficou conhecido como “castella” (pronuncia-se castera) por causa das claras em castelo que são mais firme que as claras em neve, e através do tempo tornou-se um dos doces mais típicos de lá, chamado Kasutera.
Esse bolo simples, mas com uma textura incomparável, na Itália é conhecido com o pão de ló genovês e pan di Spagna, na Inglaterra e nos Estados Unidos é o Sponge cake.
Em Portugal existem muitas variedades desse bolo dependendo da região, alguns tornaram-se até símbolos regionais, como o de Alfeizerão, o de Ovar, o de Margaride, o Minhoto, o de Mirandela e o de Arouca. Existe em Portugal até o” pão de ló à brasileira”, diferente dos tradicionais por levar menos ovos.
Enfim o Pão de Ló, mesmo com algumas variações de regiões ou de países, é sempre um delicado e delicioso bolo para se degustar, quer seja no verão ou no inverno.
Eu só não entendo muito bem o porquê da expressão “ É mais fácil sustentar um burro a pão de ló”, mas com certeza gosto muito da outra expressão “Ser tratado a pão de ló”.
E depois de tanto falar em pão de ló, só mesmo degustando um para poder avaliar toda a sua fama.