Você já parou para pensar um pouco sobre a história do pão de queijo? Trata-se de um pãozinho popularmente conhecido por ser mineiro, com uma massa elástica, saborosa e cheia de queijo.

Embora a iguaria seja uma paixão em quase todo o país, existem informações relacionadas à sua criação que são pouco divulgadas e, até mesmo, desconhecidas. Ficou interessado? Continue a leitura e saiba um pouco mais!

 A história do pão de queijo

Existem várias maneiras de fazer um bom pão de queijo. Algumas receitas levam leite e outras pedem água. Há, ainda, aquelas com os dois ingredientes misturados. Algumas pessoas preferem banha de porco, enquanto outras optam pela manteiga ou pelo óleo.

Há quem utilize o polvilho doce, que deixa o produto mais denso, uniforme e crocante por fora, e quem prefira o azedo, que tem uma capacidade maior de expansão e deixa os pães mais leves, aerados e, quando frios, mais sequinhos. Existem, ainda, aqueles que utilizam os dois juntos, para ter um equilíbrio entre os tipos.

E os queijos? Preferencialmente, devem ser mais resistentes, mais salgados e bem saborosos, como o meia cura, o da Serra da Canastra (tradicionalmente mineiro), o gruyère ou o parmesão.

O fato é que, embora existam inúmeras formas, a qualidade de um pãozinho como esse está no uso de itens frescos e tipicamente rurais, como os ovos caipiras, com gemas bem laranjas que transmitem cor e turbinam o sabor, e o polvilho feito artesanalmente, que possui gruminhos que fazem toda a diferença no resultado.

Diante de tantas opções, são feitas diversas perguntas em relação à criação dessa receita. Com base nisso, apresentaremos, a seguir, as principais informações ligadas a essa história e mais algumas curiosidades sobre o pãozinho de queijo. Vamos lá?

Como e onde ele surgiu?

A origem do pão de queijo ainda é incerta. Há relatos de que a receita foi criada em Minas Gerais, no século XVIII, quando as cozinheiras das fazendas utilizavam em suas receitas de pães a farinha de mandioca (mais tarde conhecida como polvilho) no lugar da farinha de trigo (de baixa qualidade e imprópria para o consumo) que era trazida pelos portugueses.

Elas cozinhavam para os senhores e, junto com o polvilho, eram adicionados os queijos que sobravam e endureciam. Na época, era costume pegar um pedaço da iguaria e comer logo após as refeições.

Assim, as cozinheiras misturavam também os ovos e o leite — que eram insumos de grande oferta, devido à expansão da pecuária —, enrolavam toda a massa e assavam. Dessa forma, por acaso, os pãezinhos foram criados.

Outra história afirma que a receita surgiu no período da escravidão, a partir da junção dos ovos e do leite, heranças dos portugueses, com a mandioca, até então considerada o pão dos índios nativos. Nessa mistura ia também o queijo, normalmente intenso e encarregado de dar sabor à massa.

Vale mencionar que a popularização só acontece após o ano de 1950, coincidentemente junto com o desenvolvimento de quitandas como broas, bolos e biscoitos. A partir dessa década, a iguaria passou a ser consumida no país inteiro.

Por que esse pãozinho é tradicionalmente conhecido como mineiro?

A culinária mineira passou por uma evolução que condiz com a história do pão de queijo. Hoje em dia, se você vai até Minas, é comum perceber toda a paixão e a hospitalidade dentro das casas, principalmente no interior.

Os mineiros servem o cafezinho do dia a dia sempre acompanhado de um bom pão de queijo. Tudo isso porque foi no estado que os ingredientes para a atual receita foram evoluindo. Primeiro, a goma vem da mandioca, que se transforma em polvilho azedo ou doce.

Depois, vieram os outros itens, como os ovos, a gordura de porco, o sal, o leite, a nata, a manteiga e, por fim, a fabricação dos queijos. Todos esses insumos se juntaram e formaram o biscoito de goma, que, enrolados em formato de esfera e assados, deram início à produção do famoso pãozinho que conhecemos na atualidade.

A iguaria é consumida no restante do mundo?

Além de conquistar o paladar de todos os brasileiros, essa iguaria mineira é exportada, em sua forma congelada, para outras partes do mundo, como Europa, Japão, Estados Unidos e América Latina. Todavia, esses locais não possuem a força de consumo encontrada no Brasil.

Outros países, como a Colômbia, o Paraguai e a Argentina, possuem receitas similares, com baixa densidade e aspecto elástico, mas os formatos são diferentes. Alguns são parecidos com o que conhecemos no Brasil como chipas, em forma de U. Há também os chamados pandebono, com formato um pouco mais achatado.

Fonte: https://massamadreblog.com.br